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Em um mês, 12 mil deixam planos de saúde

Sem categoria - 22.08.16

Em apenas um mês, de junho a julho deste ano, 12 mil segurados deixaram de pagar planos de saúde privado na Bahia e acabaram migrando para o Sistema Único de Saúde (SUS). Em todo o país, a situação se repetiu e no mesmo período, 156,5 mil pessoas abandonaram os planos –  uma queda de 0,32% e acendendo a luz vermelha em hospitais e clínicas particulares.

Os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), revelam uma crise que vem se arrastando desde  2014 e que atinge seu limite agora, conforme o presidente da Associação dos Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSBA), Mauro Adan. A recessão e, por conseqüencia o desemprego e queda na renda das famílias, afetam a saúde.

Este ano, a ANS registrou, até o mês de julho, 48. 358,148 segurados, número 156 mil abaixo que no mês anterior. Em 2015 o total de segurados de planos de saúde no país somava 49.397.350, com uma redução de 1 milhão em relação ao ano anterior, que tinha 50.397.541 pessoas com planos de saúde. A rede particular de saúde suplementar tem um índice de cobertura de 24,93% do atendimento hospitalar no país e trabalha com 834 operadoras e 17.470 planos de saúde.

A redução do número de associados, conforme a AHSBA, já começa a refletir nas redes particulares, que sente o efeito com a diminuição no numero de atendimentos. Na Bahia, que até junho deste ano registrava 1.617.258 segurados de planos de saúde, a perda em um mês foi de 12.173 associados e tende a continuar, conforme esclarece Adan. “Não diminuímos os investimentos em tecnologia, pessoal e na qualidade dos serviços, mas não recebemos quaisquer formas de apoio do governo”, diz Mauro Adan.

Repactuação – A crise na saúde privada tem causado reflexos principalmente em serviços de saúde de menor porte, no caso, as clínicas particulares. Em muitas delas as queixas contra a supressão de serviços é qualidade no atendimento tem sido freqüentes. Muitos clientes, contudo, reclamam das mensalidades e das restrições a coberturas de serviços. Segundo o presidente da AHSBA, Mauro Adan, essa qualidade tem sido mantida, “mas com a crise e o desemprego, o que se observa é um aumento da demanda para o SUS”.

No relatório da Ouvidoria da ANS, referente a julho deste ano,  o universo das reclamações recebidas demonstrou que 39% delas referem-se à rede prestadora, 25% à cobertura assistencial, 14% a questões administrativas, 13% a assuntos financeiros e 9% ao Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC). Entre as principais queixas estão a marcação de consultas, agendamento e descredenciamento de rede, cobertura assistência, negativa de cobertura e/ou atendimento.

Segundo a agência, o valor comercial médio dos planos de saúde no país é de R$ 610,24. Na Bahia, esse valor médio é de R$ 570,92, colocando o estado como o oitavo menor preço médio do País. No ano passado, as operadoras de planos de saúde tiveram um reajuste médio de 11,66%.

QUEIXAS -Conforme o Relatório da Ouvidoria da ANS, a maior quase totalidade de  queixas vem de pessoas que tem plano coletivo por adesão (99,6%), que pode ser feito por empresas ou grupo de funcionários. Dos 48.358.148 segurados de planos de saúde privado em todo o país, no mês de julho, 38.613.663 faziam parte de planos coletivos por adesão ou empresarial.

O presidente da AHSBA explica que o problema enfrentado pelo setor não pode se resumir à questão de reajuste dos planos. A seu ver, é preciso que tanto as operadoras, os fornecedores, os hospitais e clínicas, as entidades de classe e as cooperativas médicas, juntamente com o próprio Governo Federal encontrem uma solução. “Uma repactuação, onde todos cedem para que todos ganhem”, diz.

Taxa de ocupação em hospitais diminuiu 20%

O último hospital privado que foi construído na Bahia foi o da Bahia, localizado na Avenida Magalhães Neto, no bairro da Pituba, há 10 anos. De lá para cá a cidade viu fechar o Hospital São Marcos, no bairro da Graça, e clínicas  de médio e grande portes em bairros, como a Alergo e Clínica de Fraturas, em Castelo Branco, e a São Bernardo, em Jardim Cajazeiras.
O presidente do Sindicado dos Hospitais da Bahia, Raimundo Correia, diz que aproximadamente  400 estabelecimentos de serviços de saúde na Bahia fecharam as portas nos últimos anos, e que  nos hospitais, a taxa média de ocupação foi reduzida em mais de 20% este ano. “Alguns têm mais dificuldades de que outros e operam no limite”, diz.

SUS e reajuste – Sem reajustes  na prestação de serviços compatíveis com os crescentes investimentos em qualificação de pessoal e novas tecnologias médicas, o presidente do Sindicato dos Hospitais diz que o problema com as glosas (redutor de faturamento aplicado unilateralmente pelas operadoras de planos de saúde), a pesada carga tributária que atinge o setor, o subfaturamento da saúde e a falta de reajuste nas tabelas das operadoras de planos complicam ainda mais a situação.

Para Raimundo Correia, as crises política  e econômica nacionais provocaram reflexos diretos na assistência à saúde .  Ele enumera os dados da ANS que mostram que 66,6% da cobertura médica privada tem origem nos planos coletivos empresariais,  que tem diminuído mês a mês devido ao desemprego. “Já ocorreram algumas demissões no setor. O segmento dos planos de saúde teve o 13º mês seguido de redução de beneficiários atendidos”.

*Fonte: Tribuna da Bahia em 19/08/2016. Link: http://www.tribunadabahia.com.br/2016/08/19/em-um-mes-12-mil-deixam-planos-de-saude

*Onde lê-se AHSBA, o correto é Ahseb






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