Os desafios da notícia da saúde e as principais dificuldades no relacionamento com a imprensa foram os aspectos principais do debate que reuniu assessores de comunicação, profissionais da área e gestores das instituições de saúde na última sexta, 3 de junho, no auditório da Ahseb, no Caminho das Árvores.
As discussões marcaram o primeiro encontro do Fórum de Comunicação e Saúde, articulado pela entidade, a pedido de associados. O encontro teve o apoio da Universidade Corporativa e da Cannal de Ideias, empresa responsável pela assessoria de comunicação da associação.
Quem abriu o evento foi o presidente da Ahseb, Mauro Duran Adan, que deu as boas vindas aos presentes e falou da intenção de a entidade abrir as portas para as discussões que envolvam a comunicação e o relacionamento com a imprensa. “A saúde precisa ser explorada pela mídia em acordo com a importância do setor para a população. Movimentamos 10% do PIB do país e não temos o incentivo que outros setores possuem, em relação a investimentos e financiamentos”, disse o presidente ao ressaltar a necessidade de o segmento ter coberturas mais positivadas, que vão além das coberturas nas emergências e que explorem a prevenção, as inovações, novidades em exames, procedimentos e casos de sucesso.
A palavra foi passada para a jornalista Gabriela Rossi, assessora de comunicação da Fundação José Silveira e do Hospital Sagrada Família, que fez a mediação. O primeiro debatedor, Victor Lopes, fez uma exposição em que apresentou o contexto e os objetivos da equipe de produção da TV Bahia ao buscar uma pauta e a agendá-la em sua grade de programação.
Destaque especial foi colocado ao Jornal da Manhã, cuja linha editorial possui um especial alinhamento com as temáticas que envolvem a saúde. Segundo Victor, há uma mudança em relação à noticiabilidade nas TVs nos dias atuais, em que há uma nova configuração do acesso à informação. “As pessoas não param mais para ver TV. Então precisamos de artifícios para chamar a atenção”, disse ao citar a humanização como um ingrediente importante para garantir uma proximidade com o telespectador.
O jornalista Marcus Murillo também fez uma breve exposição, apontando pontos ligados ao relacionamento, como a recusa de uma entrevista ou de se impedir o acesso a uma informação pelo veículo, mesmo sendo ela negativa. “Você não será bem visto e o produtor ou repórter vai pensar duas vezes antes de procurar a assessoria daquela instituição”, afirmou.
Nos questionamentos, os presentes colocaram o entrave de os jornalistas não compreenderam bem as singularidades do setor e acabarem por cometerem, com certa freqüência, erros ao relatar um fato. E a ânsia do sensacionalismo, que sempre exploram os aspectos negativos, muitas vezes sem explicar com fidedignidade, como as famosas filas no acesso aos serviços pelo SUS.
No encerramento, a assessora de comunicação da Ahseb, Carla Ferreira Moraes, reforçou sobre as datas previstas para o Media Trainning a ser realizado em 23 e 24 de setembro, e solicitou sugestão de temas para o próximo encontro, que será agendado. Alana Mendonça, coordenadora pedagógica da Universidade Corporativa, se colocou à disposição para realizar capacitações na área de Comunicação. A última a falar foi a superintendente da Ahseb, Maisa Domenech, que ressaltou a importância do encontro e manifestou o desejo da Ahseb em dar seguimento a este fórum. O diretor secretário da associação, Antônio Britto, também acompanhou a programação.